sexta-feira, 5 de abril de 2013

FINE ART NUDE COM GALBA SANDRAS


Voltando à importância da reciclagem constante e contínua com outros profissionais da imagem, venho falar da experiência de um curso que fiz com o Galba Sandras .

Galba é minha referência em Fortaleza para a produção de fine art nude e há muitos anos (na verdade décadas) vem tocando o Projeto Vênus. Por meio desse projeto e dos encontros no iFoto (Instituto da Fotografia do Ceará), conheci seu trabalho autoral e me inscrevi em seu curso de fine art nude, ministrado em seu próprio estúdio, localizado na Praia de Iracema.

É claro que existem pessoas (e devem – sim – existir) que não gostam do trabalho dele nem o admiram. Contudo, suas “Vênus” testemunham em seu favor, visto que uma de suas maiores virtudes é deixar a modelo à vontade. Ele consegue lapidar a beleza em cada uma. Várias amigas e conhecidas já foram retratadas por suas objetivas, e é – no mínimo – transformador reencontrar essas mulheres depois dos ensaios, lançando outro olhar sobre suas personalidades. Acredito ser uma experiência libertadora para todas, oferecendo-lhes um autoconhecimento entrelaçado com o desafio de se despirem diante de um olhar masculino e de uma Fortaleza de preconceitos.

Certa vez conversei com uma amiga que se encontrava bastante ansiosa antes de sua primeira sessão de nu. Suas palavras: “Espero que ele encontre algo em mim que esteja adormecido, que nem eu mesma conheça. Quero me ver de uma forma nova”.

Indiretamente, foi ele quem me apresentou Jan Saudek, pois sinto (posso até estar errado, pois nunca conversamos sobre) uma influência do fotógrafo de Praga nos fundos fotográficos utilizados em alguns ensaios, na atmosfera um tanto fantástica e no comportamento de corpo dos modelos – às vezes bastante intrigante.

Foi Galba quem me deu ferramentas para explicar o uso de objetivas em meus cursos de iniciação em fotografia.

Em nosso primeiro dia de aula, depois das apresentações e da conversa sobre os objetivos de cada um, começamos a entender o boudoir e a aproximação/direção da cena. Iniciar uma sessão com a modelo totalmente nua pode não ser fácil para nenhum dos lados que a câmera separa. É impossível pensar o ato fotográfico sem levar em conta a câmera como um mediador entre olhar e cena. E, particularmente, fiquei meio nervoso, visto que a fotografia de nu me era algo novo, principalmente porque eu nunca tinha visto a moça que fotografamos durante o curso.

A primeira experiência foi baseada no repertório de poses da modelo. Ficamos distantes, e os comandos eram curtos e claros. A lente era uma teleobjetiva média, o que casa bem com o boudoir, sugerindo uma atmosfera de voyeurismo, próprias do “espiar”.

Conforme o curso evoluía, as peças de roupas eram descartadas ou serviam como acessórios para as poses. Assim, fomos nos acostumando à modelo, e ela a nós. O foco era quebrar o paradigma das revistas de nudez feminina, como Playboy e afins, para amplificar as belezas do corpo em questão. As objetivas iam diminuindo gradativamente de tamanho e os participantes do curso se aproximavam da modelo. Foi assim que deixamos de lado as teleobjetivas e exploramos a cinquentinha.

A mudança de lente também ocasionou a transformação das estratégias de direção. A teleobjetiva exigia um tom de voz mais alto e firme, enquanto uma objetiva normal permitia baixar o tom de voz, falar quase sussurrando a fim de explorar outras percepções/expressões do corpo em questão, trazendo um minimalismo singular às imagens. De perto, me senti à vontade para elogiar a beleza da moça e estimular seus lados ocultos. Ao nos aproximarmos, podemos obter um consentimento (tácito ou acordado) para o “toque”, aprimorando a direção a ponto de esculpir a pessoa ajustando um ângulo do queixo ou da cabeça, o caimento dos cabelos ou dos ombros.

Encurtando ainda mais essa distância, partimos para o bodyscape, dando vazão à exploração de formas e contornos, assim como das texturas do corpo.

Eu já sabia que a escolha de uma objetiva não devia ser a esmo, mas a partir desse curso obtive ferramentas mais funcionais para poetizar sobre esse tópico nos cursos que ministro. Obrigado, Mestre Galba.

Aproveito para agradecer ao Daniel Andrade, que fez uma revisão textual no post. Quem precisar de um bom revisor pode acessar os links abaixo.

www.facebook.com/galba.sandras
www.pbase.com/gsfoto
www.institutodafotografia.blogspot.com.br
www.facebook.com/institutodafotografia.ifoto
www.saudek.com/
www.daniodrade.com (dicas do Daniel Andrade)
www.facebook.com/daniodrade








[G1]Reformular. Embora esteja claro que o uso das palavras aqui é poético...

domingo, 31 de março de 2013

UM BLOG?

A função de professor do Curso de Fotografia Básica da Casa Amarela Eusélio Oliveira na Universidade Federal do Ceará (UFC) trouxe-me vários desafios. A construção da imagem fotográfica – tarefa muitas vezes solitária – deu lugar ao compartilhamento de idéias dentro e fora da sala de aula.

O que antes era apenas discurso - próprio das mesas de bar, onde muito se fala e pouco se faz (por causa da ressaca ou da amnésia) – tornou-se ato. Por meio das aulas, grupos de Facebook, comunidades do Orkut, lista de e-mails e saídas fotográficas, procuro mostrar que a Fotografia é um texto, como qualquer outro, e que a realidade é um objeto em constante construção.

Como cada um pode construir a própria realidade, procuro fazer a minha, levando as turmas da Casa Amarela e os meus amigos (profissionais ou não) aos locais públicos de Fortaleza para aprimorar a Fotografia em cada um e o apreço por outras formas de expressão. Busco também incentivar o olhar à cidade de Fortaleza, suas pessoas e personagens e suas histórias para que, deste modo, nossa cidade seja tratada com mais carinho, mais respeito, mais amor.

Vivo, hoje, um “ato fotográfico”: orientar o estudo da técnica e da linguagem das imagens fotográficas. “Orientar”, visto que a internet oferece todos os dispositivos imagináveis para respirar Fotografia: texto sobre técnica fotográfica, imagens dos antigos e dos novos mestres da luz, artigos científicos, simuladores de câmera fotográfica, fóruns sobre os mais diversos temas, simuladores de profundidade de campo, etc.

Ministrar um curso exige certa disciplina e muito estudo, mas isso não basta. Após um ano na função, percebi que há bastante necessidade pós-curso. Por meio do blog FOTOGRAFIA COM O IGOR, desejo traçar parcerias para divulgar exposições, palestras, cursos e publicações sobre o universo da luz e incentivar a produção de imagens conscientes.
O termo COM exprime interação; companhia; união; associação; conjunção; conexão; combinação, mistura. Essa é a idéia: compartilhar!

LUZ!

DE VOLTA AO BLOG!

Olá a todos,

Deixei o blog algum tempo parado: dois empregos, um estúdio, freelas e uma namorada. Larguei tudo isso e fui morar só; bem longe da casa dos meus pais, num bairro afastado do centro da minha cidade. Passei três meses desempregado, pagando as contas com freelas e - principalmente - aulas particulares.

Recentemente passei num concurso federal e hoje sou técnico em fotografia da Universidade Federal do Ceará. Atuo também como professor na principal escola de fotografia de Fortaleza: a Travessa da Imagem.
Continuo bastante ocupado, pois faço o que amo e não sinto o tempo passar quando penso em imagens, porém vou retomar o blog e tentar postar mais texto a fim de compartilhar um pouca da minha experiência.

Para quem não conhece meu grupo no Facebook, segue o link . É importante ler as regras para evitar constrangimentos.

www.cursofotografiafortaleza.com.br
www.facebook.com/groups/fotografiacomoigor

Luz!

terça-feira, 17 de maio de 2011

TENHO QUE IR A SÃO PAULO PARA FAZER CURSOS DE FOTOGRAFIA ?

Uma das maiores dificuldades para um fotógrafo de Fortaleza é obter treinamento especializado em algum dos segmentos de mercado: publicidade, moda, retrato, social, still e por ai vai.

Além das faculdades e universidades – que são instituições bastante distintas – há vários locais da cidade, como estúdios, escolas de artes e outras instituições de ensino e treinamento, que ofertam cursos de fotografia básica. Alguns deles ainda oferecem, com frequência bem menor, cursos básicos de iluminação de estúdio e de fotojornalismo.

Existem, também, cursos esporádicos sobre temas difusos no ambiente da Fotografia – geralmente ministrados por profissionais do eixo Rio – São Paulo em formato de intensivos em finais de semana. Ademais, por causa da grande demanda da cidade, esses “intensivões” desejam capacitar um grande número de pessoas – em diferentes níveis de conhecimento e ao mesmo tempo – resultando na queda da qualidade do ensino. As oportunidades são poucas e, muitas vezes, temos que gastar fortunas (transporte, hospedagem, alimentação, custo do curso, etc.) a fim de nos atualizarmos.

Há casos mais intrigantes, como o workshop gratuito sobre as novidades do Adobe Photoshop CS5, ofertado pelo InfoBrasil no final de abril deste ano e ministrado pelo cultuado Altair Hoppe. Acreditam que sobraram vagas? E mesmo que não fosse grátis, imagina quanto custa pegar um avião e fazer o curso. Isso considerando que você pode dormir no aeroporto para economizar a hospedagem.

Porém, chega de apontar problemas!

Vamos mostrar algumas soluções.

Por meio do iFOTO (Instituto da Fotografia - CE) tive contato com profissionais e amadores da fotografia cearense. Conheci também, por meio do projeto Fotobiografia e do DiVerCidade, a obra de fotógrafos e de coletivos de todo o Brasil.

Outro grupo ativo na cidade é o Mandacaru Foto Clube, que tem iniciativas semelhantes às do iFOTO e de outros coletivos de fotógrafos. Todavia, não sou o mais indicado para falar dele, pois ainda não o conheço. “Ainda”, pois, pelo que me disseram, é um coletivo muito receptivo. Ambos estão nas redes sociais e, para quem se interessar, os links estão no final do texto.

Experiência interessante foi participar de um workshop de um dia no estúdio do Gentil Barreira, onde ele falou do seu fluxo de trabalho, mostrando equipamentos e técnicas. Ele literalmente abriu o jogo e provou que não se precisa de muito para se montar um estúdio e que o domínio da luz é um fator de economia de tempo e de dinheiro. A partir deste dia, penso 1.309.750 vezes antes de adquirir um equipamento novo, avaliando a relação custo-benefício e a minha possível falta de criatividade ou de técnica para resolver um esquema de iluminação.

Outros poderiam fazer como o Gentil. Somar os conhecimentos para elevar o nível da Fotografia e de seu mercado.

Nas próximas postagens pretendo falar um pouco das experiências dos cursos que fiz este ano.

Links:
http://www.infobrasil.inf.br/
http://institutodafotografia.blogspot.com/
http://www.ifoto.org.br
http://www.facebook.com/instituto.dafotografia
http://mandacarufotoclube-ce.blogspot.com
http://www.facebook.com/mandacarufotoclube.ce?ref=ts
http://www.gentilbarreira.com/#


LUZ!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A UNIÃO FAZ A ECONOMIA

A cada dia é mais necessário nos organizarmos como classe de consumidores e de profissionais. Assim, como já feito com a Editora Europa, que tem publicações especializadas em Fotografia, estou ampliando os esforços para conseguirmos baratear nossos custos de formação e atualização. Mandei um e-mail para o departamento de vendas da iPhoto Editora a fim apresentar essa oportunidade de

Esse foi um dos caminhos para evitar a pirataria, respeitando os profissionais que tanto ralaram para colocar seus produtos didáticos no mercado e possibilitando que o mercado consumidor possa ter acesso às publicações do mundo fotográfico.

Por meio da compra coletiva e organizada podemos, além de diminuir o custo final dos produtos, obter descontos, minimizar e até mesmo eliminar custo do frete.

A união faz a força e a economia também.

LUZ!

***

Olá,

Meu nome é Igor Grazianno. Já sou um consumidor dos produtos da iPhoto Editora. Inclusive, conheci o Altair em uma mesa sobre "Fotografia Digital e Mercado" no InfoBrasil, em Fortaleza há umas 3 semanas. Participei, também, de seu workshop.

Sou professor de Fotografia Básica na Universidade Federal do Ceará. Além de universitário e estudantes secundaristas, profissionais de diversos setores (publicidade, social, estúdio, fotojornalismo e artes visuais) frequentam o curso a fim de se atualizar e buscar treinamento técnico e conceitual. São, no mínimo, 80 alunos matriculados por curso, sendo ofertado 3 cursos por ano.

Fiz uma parceria com outra editora e consegui descontos consideráveis em produtos e assinaturas para meus alunos e ex-alunos. Gostaria de saber se temos como dar continuidade a esse tipo de estratégia. Meu interesse é elevar o nível do mercado e continuar tendo acesso a publicações como a de vocês para aprimorar as condições de trabalho em minha cidade, Fortaleza.

Tenho um grupo no Facebook, chamado "Fotografia com o Igor".
Lá você pode acompanhar a movimentação desta turma.

www.facebook.com/groups/fotografiacomoigor

Alguns deles participaram do workshop do Altair no InfoBrasil e estão interessados em adquirir os produtos da iPhoto de modo organizado, como uma compra coletiva. Vou postar este e-mail no grupo e checar a manifestação da moçada.

Luz!




Atenciosamente






Igor Grazianno


fotografiacomoigor.blogspot.com